Estudantes do Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio de Janeiro (Cefet/RJ) realizaram manifestação nesta quarta-feira, 28, contra a indicação do novo diretor-geral da instituição, Maurício Aires Vieira, nomeado pelo Ministério da Educação (MEC).
O protesto – que é o terceiro realizado pelos estudantes nesse mês – se deu pela interferência do governo na autonomia universitária, já que em junho deste ano foi realizada eleição para escolher o próximo diretor da instituição. O ato ocorreu durante o encontro do novo diretor com os coordenadores dos cursos do Cefet, no campus Maracanã.
O diretor foi questionado sobre a posição do ministro Abraham Weintraub, em uma publicação nas redes sociais, que afirmava que a nomeação era uma intervenção do MEC na instituição. A segunda pergunta foi sobre a duração do mandato do diretor temporário, e, respondida com argumentos incertos, foi dito que poderia durar de 15 a 20 dias, mas que também não se saberia ao certo qual o tempo de permanência. Em outro questionamento, também com respostas incertas, o interventor foi indagado sobre o MEC manter em sigilo todas as informações sobre o Cefet/RJ.
Segundo o professor do Cefet/RJ, Alberto de Lima, ao fim da sabatina do interventor, os estudantes voltaram para as portas da diretoria-geral e entoaram o grito “Pelo Cefet, eu digo não à intervenção”. Ainda segundo o professor, os estudantes lembraram que a ditadura também era temporária e durou mais de 20 anos. “Continuaremos lutando contra o ato autoritário do MEC, que abre um perigoso precedente para que se forje artificialmente qualquer situação de suposta ‘instabilidade política’ para justificar vacância em cargos de direção como motivos para intervenção. É preciso lutar e agir em unidade para que esse quadro não seja naturalizado e venha ser revertido”.
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