Manifestantes protestam contra corte de mais de 100 milhões de dólares da educação superior no Equador

Publicado em 08 de Maio de 2020 às 17h34. Atualizado em 08 de Maio de 2020 às 17h35
Foto: Denisse Herrera - Telesur

 

A comunidade acadêmica da Universidade Central do Equador, uma das maiores universidades do país, rompeu o isolamento social e foi às ruas da capital Quito nessa terça-feira (5) contra os cortes de cerca de 100 milhões de dólares na educação, anunciados pelo governo de Lenín Moreno na última semana. Os manifestantes usavam máscaras e mantiveram a distância necessária. 

Desde segunda-feira, estudantes, professores e técnicos de vários centros educativos têm protestado contra a medida anunciada no dia 1o. de maio. Segundo o governo, a retirada de recursos da Educação seria para enfrentar a crise econômica agravada pela ampliação do contágio pelo novo coronavírus no país. Ao lado do Brasil, o Equador é um dos países latino-americanos mais afetados pela pandemia de Covid-19, com quase 32.000 casos e mais de 1.500 mortes. 


Segundo Osvaldo Coggiola, 2º vice-presidente da Regional São Paulo do ANDES-SN, o que acontece no Equador se reproduz na maioria dos países da América Latina. Para o docente, como a pandemia obriga as pessoas a ficarem em casa, a circunstância é aproveitada pelos governos que assinam medidas que já estavam programadas antes da necessidade do isolamento social. ‘‘Os governantes trabalham com a possibilidade de que, por conta do isolamento social, as ruas não serão tomadas por manifestações contrárias e utilizam o momento para atacar conquistas sociais. Porém, como no caso do Equador, precisamos ficar atentos ao que está acontecendo, preservar a distância social e desenvolver métodos para questionar e combater essas medidas’’, aponta.


Para os manifestantes, o corte imposto pelo Executivo ataca majoritariamente a pesquisa e produção de conhecimento científico. Em um comunicado, a Universidade Central do Equador considerou a medida do governo um atentado à educação, que levará "à demissão de docentes e técnicos administrativos, afetando o desenvolvimento acadêmico, a pesquisa e a produção de conhecimento científico".


Integrantes da Confederação de Nacionalidade Indígenas do Equador (Conaie) também rechaçaram a medida e denunciaram a sua implementação durante uma crise de emergência sanitária. Recordaram, em nota, que em 2019 o governo destinou mais de 100 milhões de dólares adicionais ao Ministério da Defesa. De acordo com a Confederação, a medida é "um atentado contra a juventude equatoriana, afetando 31 entidades de educação superior".

*Com informações da Telesur

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