Greve docente pauta debate sobre plano de luta do Setor das Federais

Publicado em 07 de Fevereiro de 2020 às 21h50. Atualizado em 07 de Fevereiro de 2020 às 22h12
Calendário de lutas, com assembleias para discutir a greve da categoria, foi aprovado por unanimidade

A construção de uma greve dos docentes das Federais, se possível em conjunto com os docentes das Estaduais e Municipais, foi amplamente discutida durante a plenária que tratou do Plano de Luta do Setor das Federais. Os delegados indicaram ainda o diálogo com outras categorias para a construção de uma greve do setor da Educação, e ainda dos servidores públicos, rumo à construção de uma greve geral, em defesa da Educação Pública e para enfrentar os ataques dos governos federal e estaduais.

Foi aprovado por unanimidade um calendário de lutas para os próximos meses (veja abaixo na íntegra), que prevê rodada de assembleias até o dia 13 de março para debater a construção da greve e reunião conjunta dos setores nos dias 14 e 15 do mesmo mês. Na sequência, os docentes participarão do dia nacional de luta com paralisação, atividades e mobilização em 18 de março.

Após a avaliação de que os ataques do governo federal à Educação Pública, como o programa Future-se, também impactam nos estados e municípios, os delegados deliberaram por construir a greve das Ifes junto com os docentes das Estaduais e Municipais, buscando articular com demais entidades, para uma greve conjunta do Setor da Educação. Além disso, foi pautada a necessidade de incentivar e implantar a criação, nos estados, do Fórum Sindical, Popular e de Juventudes por Direitos e Liberdades Democráticas, o fortalecimento da Frente Escola sem Mordaça e a luta contra a militarização das escolas.

Foram aprovados ainda encaminhamentos e ações na defesa da autonomia universitária, em relação à nomeação de reitores, defesa das liberdades democráticas, de expressão bem como da autonomia pedagógica para o livre exercício do ensino, da pesquisa e da extensão.

Assim como a luta pela defesa da carreira no setor das Iees/Imes, perante ações de governos estaduais e municipais, do regime de trabalho em Dedicação Exclusiva, como o regime prioritário para as professoras e professores das universidades, faculdades e colégios ou escolas de aplicação. Segundo Emerson Duarte, segundo vice-presidente da Regional Norte II, que presidiu a segunda plenária, este é um novo patamar de mobilização diante da realidade que está posta. Tanto dos ataques nas áreas de educação, ciência e tecnologia, como também dos ataques dos governos estaduais, com foco nas contrarreformas da previdência. ‘’A categoria se arma com um plano de lutas que cumpre um papel importante na atual conjuntura e saímos vitoriosos ao aprovar o calendário de lutas para realizar assembleias nas nossas bases e na reunião conjunta dos setores. Precisamos ampliar e fortalecer o movimento de resistência unitária’’, comenta Emerson.  

Os presentes decidiram, ainda, por intensificar a luta contra a Medida Provisória 905/2019 (da carteira verde e amarela) e medidas similares, contra propostas de lei que ataquem a autonomia universitária como o PL 4992/2019, pela revogação das portarias 1469/2019, 2227/2019 e contra a MP 914/2019, entre outros. Além de combater a militarização das escolas, a implementação do Ensino a Distância, no ensino fundamental, médio e superior, e dar continuidade à luta contra o Future-se e o programa Escola Sem Partido.

SPF

Em relação à atuação do setor junto aos servidores públicos federais, os participantes do congresso aprovaram dar continuidade à mobilização com os demais servidores, na luta contra os ataques aos serviços públicos. Se posicionaram favoráveis à construção da Campanha Unificada dos SPF, à rearticulação da Cnesf, por manter a luta pela revogação da EC 95/2016, à EC 103/2019, contra a PEC 13/2020 e seus efeitos imediatos.

Votaram ainda por envidar esforços para a construção da greve dos Servidores Públicos Federais, em articulação com servidores estaduais e municipais, em articulação com as entidades e organismos dos trabalhadores no primeiro semestre de 2020, tendo na greve do dia 18 de março um dia de greve fundamental para mobilizar. A deliberação foi aprovada depois de um amplo debate de como os servidores públicos nos estados e municípios estão sofrendo ataques semelhantes aos que vêm sendo impostos aos servidores federais, como a reforma da Previdência encaminhada em vários estados no final de 2019 e início desse ano.

Os debates do Plano de luta do Setor das Ifes tiveram início na plenária do tema 2 na quinta-feira (6) e foram concluídos na tarde dessa sexta-feira (7). O 39º Congresso do ANDES-SN está sendo realizado desde terça (4), na Universidade de São Paulo (USP), na capital paulista.

Confira calendário de Lutas aprovado na Plenária do Tema II do 39° Congresso do Andes-SN:

 

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