Congresso inicia ano legislativo com 27 medidas provisórias pendentes de votação

Publicado em 30 de Janeiro de 2023 às 11h55. Atualizado em 30 de Janeiro de 2023 às 12h20

Deputadas, deputados, senadoras e senadores iniciam o ano legislativo no dia 2 de fevereiro já com a missão de deliberar sobre 27 medidas provisórias (MPs). Todas ainda precisarão passar pelo Plenário da Câmara dos Deputados para depois seguir ao Senado Federal. A posse coletiva dos e das parlamentares eleitos será na quarta-feira (01).

Entre as MPs, estão iniciativas como a que mantém o benefício de R$ 600 do Auxílio Brasil em 2023 e o pagamento de 100% do Auxílio Gás (MP 1155/23), a que prorroga a desoneração de tributos federais sobre combustíveis (MP 1157/23) e a que extingue a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) - MP 1156/23.

As três MPs foram editadas já no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No entanto, há ainda medidas provisórias assinadas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como a MP 1134/22, que libera R$ 2,5 bilhões para custear a locomoção de idosas e idosos em transporte público e perde a validade logo no dia 2 de fevereiro.

Salário mínimo
Outra matéria que será analisada pelos congressistas é a MP 1143/22, que fixa o valor do salário mínimo em R$ 1.302 este ano - o anterior era de R$ 1.212. O texto foi encaminhado pelo governo Bolsonaro e está em vigor. No entanto, as e os parlamentares aprovaram, em dezembro de 2022, o Orçamento Geral da União de 2023 com a previsão de reajuste do valor do salário mínimo para R$ 1.320.

A decisão acompanhou a orientação do novo governo. Porém, para que o valor de R$ 1.320 passe a vigorar, o Congresso precisa aprovar a medida provisória com a alteração. Por enquanto, está valendo o valor estabelecido originalmente (R$ 1.302).

Pronampe
Também na lista de medidas editadas pelo governo Bolsonaro está a MP 1139/22, que amplia de quatro para até seis anos o prazo de quitação dos empréstimos no âmbito do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), criado pelo Congresso no auge da pandemia.

A regra é válida para os contratos futuros e para as operações vigentes. No caso das novas linhas de crédito, os juros serão determinados segundo condições do Ministério da Fazenda.

Outra medida provisória do governo anterior altera a lei que institui o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse). A MP 1147/22 zera as alíquotas do PIS e da Cofins sobre as receitas do setor aéreo por quatro anos (2023 a 2026).

Mudanças administrativas
A medida provisória que extingue a Funasa (MP 1156/23) faz parte do conjunto de mudanças na estrutura do governo que foram feitas pelo presidente Lula. As atividades da fundação, antes vinculada ao Ministério da Saúde, estão sendo transferidas para outros órgãos de governo.

Outras medidas provisórias administrativas do atual governo são a MP 1154/23, que descreve as atribuições dos 37 ministérios, e a MP 1158/23, que retorna o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) para o Ministério da Fazenda. O Coaf é a agência governamental de combate ao crime de lavagem de dinheiro.

Veja as demais medidas provisórias em tramitação no Congresso:
MP 1135/22 - permite ao governo adiar os repasses aos setores da cultura e de eventos previstos nas leis Paulo Gustavo, Aldir Blanc 2 e do Perse;
MP 1136/22 - limita o uso de recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT);
MP 1137/22 - zera o Imposto de Renda para investidores estrangeiros que aplicam no Brasil;
MP 1138/22 - reduz tributos sobre remessas ao exterior para cobrir gastos com viagens;
MP 1140/22 - cria programa de prevenção ao assédio sexual nas escolas;
MP 1141/22 - autoriza contratações sem processo seletivo para atuação no Censo Demográfico;
MP 1142/22 - prorroga contratos de profissionais da saúde em hospitais federais no Rio de Janeiro;
MP 1144/22 - abre crédito R$ 7,5 bilhões para o Ministério do Trabalho e Previdência para pagar benefícios previdenciários;
MP 1145/22 - altera valor de taxa de fiscalização de bafômetros e tacógrafos;
MP 1146/22 - altera tabela de cálculo de vencimento de servidores no exterior;
MP 1148/22 - prorroga benefícios fiscais para as empresas brasileiras que atuam no exterior até o ano calendário de 2024;
MP 1149/22 - autoriza Caixa a administrar o fundo do DPVAT (o seguro de trânsito) em 2023;
MP 1150/22 - dá mais 180 dias para adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA);
MP 1151/22 - estimula projetos de geração de créditos de carbono em concessões de unidades de conservação;
MP 1152/22 - altera regras do preço de transferência (tributação das trocas entre empresas pertencentes ao mesmo grupo econômico);
MP 1153/22 - suspende até 2025 a aplicação de multa a motoristas sem exame toxicológico;
MP 1159/23 - retira o ICMS da base de cálculo do PIS e da Cofins;
MP 1160/23 - restabelece o voto de qualidade em favor da União no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), tribunal administrativo ligado ao Ministério da Fazenda que julga questões tributárias e aduaneiras.

Fonte: Agência Câmara de Notícias, com edição de ANDES-SN. Foto: Roque de Sá / Agência Senado

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