Nas últimas semanas, mensagens com conteúdo violento e ameaças de um grupo de estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) viralizaram na internet. As conversas foram travadas na Deep Web, ambiente da Internet de difícil rastreamento e não acessível pelos mecanismo de busca tradicionais. Este mesmo espaço foi utilizado pelo grupo que planejou o ataque a uma escola de Suzano no início deste ano.
No texto que circulou pelas redes, o autor de codinome Santvs, disse que portava um fuzil AR-15 na Universidade. No entanto, ao avistar um policial militar que fazia ronda no campus, decidiu adiar o ataque para o segundo semestre do ano letivo. Em outro trecho, afirmou que a Universidade era antro de marxistas, militantes, entre palavrões e insultos aos colegas e docentes.
Para o professor da UFPE, Renato Saldanha, que também é 1º tesoureiro da Regional Nordeste II do Sindicato dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), o episódio faz parte de uma “escalada de violência”. Segundo Saldanha, a instituição tem recebido sucessivas ameaças por carta. “Ainda não percebemos indícios da ação de grupos organizados, mas de indivíduos que se sentem legitimados. As ameaças recentes remetem a algo mais subterrâneo”, pontuou.
Ainda de acordo com Saldanha, é necessário que o ocorrido seja amplamente divulgado e investigado pelas autoridades competentes, já que o local onde se aperfeiçoa o conhecimento está virando campo de guerra. ‘‘Não podemos permitir que as universidades públicas sejam destruídas”, reiterou o professor.
Em nota, a reitoria da UFPE afirmou que todas as providências estão sendo tomadas em relação a um possível ataque armado ao Campus e que a Polícia Federal e a Secretária de Defesa Social já estão monitorando o caso.