Trabalhadoras das fornecedoras da LG estão em greve há 23 dias em defesa dos empregos

Publicado em 29 de Abril de 2021 às 10h53. Atualizado em 29 de Abril de 2021 às 13h33
Trabalhadoras em assembleia mantém greve - Foto: Roosevelt Cássio

 

Trabalhadoras e trabalhadores da Sun Tech, Blue Tech e 3C, empresas fornecedoras da LG, estão em greve há mais de 20 dias em defesa de seus direitos e empregos. Em assembleia unificada na segunda-feira (26), em Caçapava (SP), as operárias e operários aprovaram por unanimidade a continuidade da greve que teve início no dia 6 de abril.

A fabricante sul-coreana de eletroeletrônicos LG anunciou no dia 5 deste mês que irá encerrar a produção de smartphones em todo o mundo. No Brasil, a decisão afeta diretamente a fábrica da empresa em Taubaté (SP) e as três principais fornecedoras na região, ameaçando a demissão de 830 trabalhadores, a maioria mulheres.

Em Taubaté, as e os trabalhadores da LG retomaram a greve após rejeitarem a segunda proposta de indenização apresentada pela empresa. Os funcionários da multinacional realizaram uma paralisação entre os dias 12 e 18 de abril, mas interromperam a paralisação no dia 19 com o compromisso de serem realizadas novas negociações entre o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e a direção da fábrica.

Para o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região (Sindmetal SJC), a união das e dos trabalhadores diretos e terceirizados é fundamental para o prosseguimento da luta, que deve ter o foco prioritário na defesa dos empregos. Caso a LG insista em fechar as portas será exigida do governo federal a estatização da empresa, sob o controle das e dos trabalhadores, para produzir celulares de marca nacional.

“Seguimos defendendo a união entre os sindicatos e os trabalhadores da LG e de suas fornecedoras para manter os postos de trabalho em nossa região. Se a companhia mantiver sua postura de encerrar as atividades, precisamos exigir das autoridades que deixem as e os metalúrgicos produzirem”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.

Força da luta

A greve das trabalhadoras da Sun Tech, instalada em São José dos Campos, Blue Tech e 3C, em Caçapava, é a mais forte realizada na categoria este ano e é destaque entre as mobilizações que ocorrem no país. Também é uma demonstração da força das mulheres, que são maioria entre os 430 empregados das três fornecedoras.

Na semana passada (22), as metalúrgicas realizaram o segundo protesto em frente à LG em Taubaté em decorrência da recusa da LG em negociar com o Sindmetal SJC a situação das trabalhadoras das fornecedoras, que atuam 100% voltadas para atender a companhia sul-coreana. A recusa da empresa em negociar contraria proposta apresentada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).

Tanto a Blue Tech como a Sun Tech entraram com dissídio coletivo na Justiça pedindo o fim da greve, o que foi negado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª região. Na sexta-feira (30), vão ocorrer audiências de conciliação entre os representantes das duas empresas e o Sindicato.

“As trabalhadoras da Sun Tech, Blue Tech e 3C não param de mostrar a sua valentia e determinação. Vamos continuar essa batalha até que os empregos e direitos sejam assegurados”, disse a diretora do Sindicato Luciene Silva.

 

Fonte: Sindmetal SJC, com edição do ANDES-SN

 

 

 

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