Seminário Internacional do ANDES-SN debate os desafios do sindicalismo

Publicado em 18 de Abril de 2019 às 13h20.
Mesa Decomposição e a Recomposição da classe trabalhadora encerrou o Seminário Internacional do ANDES-SN

O sindicalismo precisa se dispor a construir laços de solidariedade com trabalhadores de outras categorias, menos organizadas e mais fragmentadas. O argumento é de Marcelo Badaró, docente do departamento de História da Universidade Federal Fluminense (UFF).

Ele apresentou suas reflexões na mesa Decomposição e a Recomposição da classe trabalhadora, que encerrou o Seminário Internacional do ANDES-SN. O evento foi realizado na Adunb (Seção Sindical), nos dias 10 e 11 de abril.

Para Badaró, os sindicatos precisam estar abertos a “ser influenciados por movimentos mais amplos, como de mulheres, de negros. Todos os que lutam por condições dignas de vida”, disse. De acordo com o docente, organizar lutas pode potencializar a mobilização de toda a classe trabalhadora. “Os trabalhadores empregados e desempregados, os movimento de opressão, contra a violência de Estado, por moradia”, exemplificou.

O historiador afirmou que o movimento sindical pode e deve fazer muito mais na construção de pontes com outros movimentos. Por exemplo, com greves de solidariedade aos trabalhadores terceirizados.

Também compondo a mesa, o professor Ricardo Antunes, do departamento de sociologia da Unicamp, defendeu ideia semelhante. Ele reforçou a importância da construção de profundos laços entre os sindicatos, os movimentos sociais e os movimentos contra opressões. “É preciso entender as questões do nosso tempo. As questões de gênero, as raciais, a questão ambiental são cruciais”, afirmou.

Ricardo Antunes afirmou que “os sindicatos têm muito a aprender com os movimentos sociais. O sindicato pode e deve tentar articulá-los”. Para ele é necessário pensar um novo modo de vida para o século XXI, quando a extrema direita se assume como tal e o capitalismo se mostra irreformável. “Estamos numa era da devastação. O capitalismo não quer conciliação”, afirmou. Para o docente, é importante que a esquerda também se afirme como tal, “para além dos movimentos de mulheres, de negros, de trabalhadores”, concluiu.

O Seminário
O Seminário Internacional do ANDES-SN teve como tema central “Universidade, Ciência e Classe em uma era de crises”. O evento aconteceu nos dias 10 e 11 de abril, no auditório da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (Adunb – Seção Sindical do ANDES-SN). A realização do Seminário Internacional é uma deliberação do 38º Congresso do Sindicato Nacional.

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