O número de pessoas em situação de rua na cidade de São Paulo aumentou. Atualmente, a 24.344 pessoas este ano e é composta, majoritariamente, por homens (85% do total) e negros (70%). Os dados são do Censo da População em Situação de Rua 2019, divulgados na última sexta-feira (31). Ele tem o objetivo de oferecer informações à prefeitura para que possa elaborar ações e políticas públicas a fim de atender essa população.
O número de pessoas nessa situação é 60% superior ao identificado no censo de 2015, onde foram identificados 15,9 mil pessoas. Cerca de 45% dessa população vive na Subprefeitura da Sé e 19% na Mooca. De acordo com o Censo, 85% da população em situação de rua é composta por homens, sendo que 386 pessoas se declararam transexuais. A faixa etária prevalente é a de 31 a 49 anos, com 46,6% do total. O principal motivo que as pessoas declaram para ter ido viver nas ruas foi o conflito familiar (50%), seguido pelo uso de drogas ou álcool (33%), o desemprego (13%), a perda de moradia (13%). Cada entrevistado podia selecionar mais de um motivo. Entre 2015 e 2019, a taxa de desemprego da capital paulista saltou de 13,2% para 16,6%.
Subnotificação
Segundo os pesquisadores da Qualiteste Ciência e Tecnologia, empresa contratada pelo prefeito Bruno Covas (PSDB) para fazer a pesquisa, foram encontrados moradores de rua em 6,8 mil pontos da cidade, número superior aos 2,8 mil em 2015. De acordo com a empresa, pessoas vivendo em barracos improvisados nas vias "não são contadas como população de rua".
Movimentos que atuam em prol da população em situação de rua na cidade denunciam a contagem realizada pela prefeitura acerca do número de pessoas nessa condição. O Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR) estima que mais de 30 mil pessoas vivam nas ruas da capital paulista, conforme o Cadastro Único para Programas Sociais (Cad Único).
Com informações de Brasil de Fato e Uol