A Terceira Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou, por unanimidade, o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para federalização da investigação sobre a autoria intelectual dos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do seu motorista, Anderson Gomes, ocorridos em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro.
A relatora do processo, ministra Laurita Vaz, ressaltou que o caso é de altíssima complexidade e o crime está circundado de profissionalismo. "Constata-se notório empenho da equipe de policiais civis da Delegacia de Homicídios e do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, o que desautoriza o atendimento ao pedido de deslocamento do caso para a esfera federal", afirmou a ministra.
Todos os oito ministros que participaram da votação, realizada nessa quarta-feira (27), acompanharam o entendimento da relatora. Com isso, o caso segue sob investigação da Polícia Civil do Rio de Janeiro, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro e a Justiça fluminense.
Em nota emitida pelo Instituto Marielle Franco, familiares da vereadora e de seu motorista comemoraram a decisão, pois consideram haver, assim, menor risco de interferência nas investigações.
“Esse foi um passo importante, mas sabemos que a luta por justiça por Marielle e Anderson ainda é longa. Precisamos continuar juntas e juntos para cobrar por respostas, porque sabemos que só assim vamos conseguir saber quem mandou matar Marielle e por quê”, afirmam em nota.
Uma campanha contra a federalização do caso, iniciada pelo Instituto, colheu cerca de 150 mil assinaturas e contou com o apoio de mais de 200 organizações da sociedade civil.
*Com informações do STJ