Docentes e funcionários e funcionárias do Ensino Básico e Médio, da rede pública de ensino do Paraná, aprovaram greve geral a partir do dia 18 de fevereiro contra a decisão do governador Ratinho Júnior (PSD) de retomar as aulas de forma presencial durante a pandemia da Covid-19. Já são 532,6 mil casos no estado e 9,5 mil mortes em decorrência do vírus.
No dia 20 de janeiro, o governador assinou o decreto nº 6.637 autorizando escolas estaduais públicas e privadas, entidades conveniadas com o Estado e Universidades públicas a retomarem as aulas presenciais. As e os educadores são contra o modelo híbrido de ensino anunciado pela Secretaria Estadual de Educação (Seed), que consiste em ter parte dos alunos em sala de aula e parte acompanhando uma transmissão ao vivo. Segundo a APP-Sindicato, a medida de retorno às aulas em meio à pandemia não foi debatida com a categoria ou comunidade escolar.
Diante da medida, as e os professores das universidades estaduais do Paraná realizarão assembleias nos próximos dias para deliberar sobre o retorno às aulas presencias no estado.
Em nota, as seções sindicais do ANDES-SN, se pronunciaram sobre o caso. A Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg) afirma que a cidade de Ponta Grossa, onde estão dois campi da UEPG e onde vive grande parte da comunidade acadêmica, até 22 de janeiro, contava com 16, 4 mil casos de contaminações e 260 óbitos decorrentes da Covid-19. “Não há justificativa para que o governador retome as aulas de forma presencial. Ainda não existem protocolos de segurança que assegurem a nossa saúde, dos estudantes, dos trabalhadores e de todas as famílias e comunidades onde estamos inseridos. A produção e distribuição da vacina e a vacinação em massa estão muito aquém do devido e não existe tratamento eficaz para a Covid-19 que garanta a boa evolução dos pacientes. Não há segurança alguma para a volta às aulas presenciais”, diz um trecho da nota.
A Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá (Sesduem) afirma que o governo do Estado do Paraná, ao colocar professoras e professores, funcionários e funcionárias e estudantes em trabalho presencial, demonstra o descaso com as vidas e com a saúde das e dos paranaenses, expondo-os aos perigos da contaminação e dos aumentos de casos e mortes. “A retomada das aulas de forma presencial não se justifica em uma época de incertezas sobre a vacinação, a produção e a distribuição da vacina, distribuição incerta inclusive no Estado do Paraná, tendo em vista o alinhamento do governador Carlos Massa Ratinho Júnior com o governo do presidente Jair Bolsonaro”, alerta.
O Sindiprol/Aduel, seção sindical que representa docentes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) e o campus de Apucarana da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), emitiu nota de repúdio contra o retorno presencial sem vacinação para todos e todas. “Em vez de pressionar ou atuar por um plano nacional de vacinação para, então, pensar na retomada das atividades de ensino, pesquisa e extensão, o governo cede à pressão do setor privado, libera a volta delas e joga o ônus nas costas do funcionalismo e estudantes”, diz.
A Seção Sindical de Docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Adunioeste) também se manifestou e repudiou a volta às aulas. “Não existem protocolos ou medidas possíveis para uma retomada com segurança neste patamar de disseminação do vírus”.
Já a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Paraná (Sindunespar) enviou um oficio solicitando reunião em caráter de urgência, de forma remota, com a reitoria da Unespar para discutir o decreto publicado pelo governador, que autoriza a volta às aulas nas universidades estaduais. A seção sindical do ANDES-SN tem se manifestado contrário o retorno das aulas presenciais ao colocar em risco os profissionais da educação, como também pelo momento crítico de contaminação, com números e casos maiores que o ano passado.
*Com informações das seções sindicais do ANDES-SN