Professores da rede pública no Paraná decretam greve contra volta às aulas presenciais

Publicado em 28 de Janeiro de 2021 às 12h22. Atualizado em 02 de Fevereiro de 2021 às 16h07
Professores das universidades estaduais do Paraná realizarão assembleias nos próximos dias para deliberar sobre a greve

Docentes e funcionários e funcionárias do Ensino Básico e Médio, da rede pública de ensino do Paraná, aprovaram greve geral a partir do dia 18 de fevereiro contra a decisão do governador Ratinho Júnior (PSD) de retomar as aulas de forma presencial durante a pandemia da Covid-19.  Já são 532,6 mil casos no estado e 9,5 mil mortes em decorrência do vírus. 

No dia 20 de janeiro, o governador assinou o decreto nº 6.637 autorizando escolas estaduais públicas e privadas, entidades conveniadas com o Estado e Universidades públicas a retomarem as aulas presenciais. As e os educadores são contra o modelo híbrido de ensino anunciado pela Secretaria Estadual de Educação (Seed), que consiste em ter parte dos alunos em sala de aula e parte acompanhando uma transmissão ao vivo. Segundo a APP-Sindicato, a medida de retorno às aulas em meio à pandemia não foi debatida com a categoria ou comunidade escolar.

Diante da medida, as e os professores das universidades estaduais do Paraná realizarão assembleias nos próximos dias para deliberar sobre o retorno às aulas presencias no estado.  

Em nota, as seções sindicais do ANDES-SN, se pronunciaram sobre o caso. A Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (Sinduepg) afirma que a cidade de Ponta Grossa, onde estão dois campi da UEPG e onde vive grande parte da comunidade acadêmica, até 22 de janeiro, contava com 16, 4 mil casos de contaminações e 260 óbitos decorrentes da Covid-19. “Não há justificativa para que o governador retome as aulas de forma presencial. Ainda não existem protocolos de segurança que assegurem a nossa saúde, dos estudantes, dos trabalhadores e de todas as famílias e comunidades onde estamos inseridos. A produção e distribuição da vacina e a vacinação em massa estão muito aquém do devido e não existe tratamento eficaz para a Covid-19 que garanta a boa evolução dos pacientes. Não há segurança alguma para a volta às aulas presenciais”, diz um trecho da nota.

A Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Maringá (Sesduem) afirma que o governo do Estado do Paraná, ao colocar professoras e professores, funcionários e funcionárias e estudantes em trabalho presencial, demonstra o descaso com as vidas e com a saúde das e dos paranaenses, expondo-os aos perigos da contaminação e dos aumentos de casos e mortes. “A retomada das aulas de forma presencial não se justifica em uma época de incertezas sobre a vacinação, a produção e a distribuição da vacina, distribuição incerta inclusive no Estado do Paraná, tendo em vista o alinhamento do governador Carlos Massa Ratinho Júnior com o governo do presidente Jair Bolsonaro”, alerta. 

O Sindiprol/Aduel, seção sindical que representa docentes da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp) e o campus de Apucarana da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), emitiu nota de repúdio contra o retorno presencial sem vacinação para todos e todas. “Em vez de pressionar ou atuar por um plano nacional de vacinação para, então, pensar na retomada das atividades de ensino, pesquisa e extensão, o governo cede à pressão do setor privado, libera a volta delas e joga o ônus nas costas do funcionalismo e estudantes”, diz. 

A Seção Sindical de Docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Adunioeste) também se manifestou e repudiou a volta às aulas. “Não existem protocolos ou medidas possíveis para uma retomada com segurança neste patamar de disseminação do vírus”.

Já a Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual do Paraná (Sindunespar) enviou um oficio solicitando reunião em caráter de urgência, de forma remota, com a reitoria da Unespar para discutir o decreto publicado pelo governador, que autoriza a volta às aulas nas universidades estaduais. A seção sindical do ANDES-SN tem se manifestado contrário o retorno das aulas presenciais ao colocar em risco os profissionais da educação, como também pelo momento crítico de contaminação, com números e casos maiores que o ano passado.  

*Com informações das seções sindicais do ANDES-SN

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