Polícia Militar usa violência para impedir manifestantes de se protegerem, em prédio público, de temporal que assolou Salvador
Docentes e estudantes das Universidades Estaduais da Bahia (Ueba) foram vítimas de repressão policial na quarta-feira (5).
Os manifestantes acampavam em frente à Secretaria de Educação (SEC) quando uma forte chuva assolou, no final da tarde, a cidade de Salvador (BA).
De imediato, um grupo conseguiu se abrigar no saguão da Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado (Secti). Logo depois chegou a Polícia Militar (PM) e impediu a entrada dos outros manifestantes.
Durante sete horas, a PM ameaçou docentes e estudantes do uso da força para expulsá-los do prédio.
Os policiais proibiram a entrada de água, comida e o acesso aos banheiros. Após exaustiva negociação, os manifestantes se retiraram do prédio, às 5h, debaixo de chuva, mas com a promessa de reunião no dia seguinte com a Secretaria de Relações Institucionais (Serin) da Bahia.
Na quarta-feira, pela manhã, devido a compromissos na agenda da secretária da Serin, Cibele Carvalho, a reunião foi interrompida. Ela seria remarcada no período da tarde, porém, a pasta não confirmou.
Para Luiz Blume, 1º vice-presidente da Regional Nordeste III do ANDES-SN, a disposição dos docentes e estudantes em continuar pressionando o governo teve resultado.
“A partir da entrada, não permitida, no prédio da Secretaria de Ciência e Tecnologia e também com a negociação da nossa saída do prédio de madrugada foi possível fechar uma reunião com a Secretaria de Relações Institucionais, que não estava confirmada até então. Os estudantes também conseguiram confirmar a reunião deles”, ressaltou.
O diretor do ANDES-SN criticou ainda a forma “truculenta” como o governador Rui Costa (PT) vem lidando com o movimento docente e estudantes nos últimos anos.
Ocupação
Os manifestantes acampavam desde terça (4) a área externa da SEC, após serem impedidos de entrar no prédio para protocolar a pauta de reivindicação. É a terceira contraproposta elaborada pelos docentes.
Greve
Os docentes das universidades estaduais de Feira de Santana (Uefs), Sudoeste da Bahia (Uesb), Santa Cruz (Uesc) e da Bahia (Uneb), estão em greve há mais de 60 dias. Ataques à carreira e aposentadoria, arrocho salarial e contingenciamento são alguns dos problemas enfrentados pelos docentes.
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