Desde as primeiras horas da manhã, o sábado (2) foi marcado pelo grito de “Fora Bolsonaro”, que percorreu o Brasil de norte a sul. O sexto dia de luta pela saída do presidente Jair Bolsonaro e em defesa da vida reuniu centenas de milhares de pessoas. Docentes da base do ANDES-SN mais uma vez se juntaram às manifestações, que ocorreram em todas as capitais brasileiras e em mais de outras 300 cidades no país e no exterior.
Mais uma vez, faixas, cartazes e palavras de ordem expressavam a indignação das brasileiras e dos brasileiros. Além do Fora Bolsonaro e Mourão, ecoaram nas ruas as denúncias contra a política genocida adotada por Bolsonaro na pandemia, a corrupção do governo, a alta do desemprego, da inflação, da fome e da miséria.
Segundo o Cadastro Único do governo federal, pelo menos 2 milhões de famílias entraram para a condição de extrema pobreza, entre janeiro de 2019 e junho deste ano. Com isso, já são 14,7 milhões de brasileiros vivendo com menos de R$ 89 por mês. O custo de vida também não para de subir. A cesta básica ficou, em média, 22% mais cara nos últimos 12 meses, de acordo com dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O desemprego é outro fator preocupante. São 14 milhões de pessoas sem conseguir emprego e mais de 50 milhões na informalidade. Com isso, o Brasil atingiu a triste marca de 46 milhões de pessoas vivendo sem renda proveniente do trabalho.
Outras demandas
Trabalhadores e trabalhadoras de diferentes categorias também aproveitaram o dia de luta para se manifestar sobre outras pautas. A Reforma Administrativa (PEC 32) foi amplamente criticada nos atos em todo o país. As servidoras e os servidores públicos denunciaram o projeto de Bolsonaro e Paulo Guedes, ministro de Economia, que pode significar o fim dos serviços públicos e gratuitos no Brasil.
A privatização dos Correios (PL 591) também foi alvo dos e das manifestantes. A entrega da estatal ao setor privado irá penalizar a população, piorando serviços e encarecendo as taxas, além de diminuir o alcance e oferta de atendimento, entre outros problemas. Os Correios são a única empresa pública com presença em todos os municípios brasileiros e em várias localidades oferecem serviços bancários, pagamento de auxílios e distribuição de insumos médicos e alimentares.
As lutas por moradia, por reforma agrária, contra o marco temporal das terras indígenas e em defesa do meio ambiente também se fez presente. Nos anos sob a presidência de Jair Bolsonaro, os conflitos por terras só aumentaram, assim como os garimpos ilegais e os incêndios na Amazônia e Pantanal.
Manifestações
Em todas as regiões do país, as principais capitais realizaram atos massivos. Em algumas delas, como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Porto Alegre foram dezenas de milhares manifestantes. A CSP-Conlutas e o ANDES-SN esteve presente em cada uma delas, levando a importância da unidade para derrubar Bolsonaro e da construção de uma greve geral.
Em Brasília, um bloco do ANDES-SN composto por representantes da diretoria nacional e das seções sindicais marcou presença no ato que percorreu a Esplanada dos Ministérios. Os e as docentes seguem na capital federal durante esta semana para protestar contra a PEC 32, a partir desta segunda-feira (4). Atos estão previstos no aeroporto de Brasília, para recepcionar parlamentares, e também em frente ao Anexo 2 da Câmara dos Deputados.
Todos às ruas em 15 de novembro
O dia 15 de novembro já está sendo apontado pela Campanha Fora Bolsonaro como próximo dia nacional de manifestação. A Campanha, da qual o ANDES-SN faz parte, reúne as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, centrais sindicais, sindicatos, movimentos sociais e populares e partidos da Esquerda.
* Fonte: CSP-Conlutas, com edição e inclusão de informações do ANDES-SN. Fotos; ANDES-SN e Seções Sindicais
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