Emmanuel Macron, presidente da França, sancionou no último sábado (15), a reforma da previdência que, entre outros ataques à classe trabalhadora, aumenta a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos. Após uma manobra política, Macron aprovou a medida e conseguiu, no dia 14, o aval do Conselho Constitucional francês para validar as alterações.
A reforma vem sendo duramente criticada pela população que, há três meses, protesta nas ruas de todo o país em defesa de seus direitos de aposentadoria. Centrais sindicais já convocaram novas greves e manifestações para as próximas semanas.
Na avaliação das centrais sindicais, o texto promulgado é ainda pior do que o original, uma vez que o Conselho Constitucional vetou seis artigos da lei, que tratavam de questões como emprego de idosos, direito à informação, dificuldade dos trabalhadores contratados pelo serviço público, entre outros.
Em 3 de maio, o Tribunal Constitucional deve se pronunciar sobre um pedido da oposição de esquerda para organizar um referendo sobre limitar a idade de aposentadoria a 62 anos.
As centrais sindicais já anunciaram novos protestos e greves para esta quinta-feira (20) e para o dia 28 de abril e convocaram uma mobilização excepcional para o 1º de maio, Dia Internacional de Luta dos Trabalhadores e das Trabalhadoras.
“O [comitê] intersindical convoca todos os trabalhadores, jovens e aposentados a fazer, do dia 1º de maio de 2023, um dia excepcional e popular de mobilização contra a reforma da Previdência e pela justiça social. Essa mobilização intersindical unida sobre trabalho e previdência é histórica em nosso país, demonstra a importância de termos respostas que atendam aos desafios sociais e ambientais”, diz a convocatória divulgada pelas entidades sindicais, em tradução livre.
* Com informações da CGT Francesa e da Solidaires.
* Foto: @cybelesud