*matéria publicada originalmente no dia 02/01/2023, atualizada para inserção de foto.
Na tarde de domingo (1º), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomou posse como 39º presidente da República. Brasileiras e brasileiros de todo o país deslocaram-se para a capital federal, ocupando a Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes, em Brasília (DF), para acompanhar o momento histórico. É o terceiro mandato de Lula, que governou o país durante os anos de 2003 a 2010.
Representantes da diretoria nacional do ANDES-SN e de diversas seções sindicais acompanharam a cerimônia de posse. Pela manhã, as e os docentes se uniram as diversas categorias do serviço público e saíram em cortejo da Torre de TV até a Praça dos Três Poderes. A equipe de transição do governo previa um público de 300 mil pessoas para o evento em Brasília. ''Estivemos em Brasília para comemorar a festa da democracia, a vitória do povo brasileiro e o novo tempo que se inicia. O ANDES Sindicato Nacional, sua diretoria e parte da nossa base ocupou Brasília para prestigiar a posse e para reafirmar que continuaremos firmes e em luta para que em 2023 nossas pautas possam ser ouvidas e atendidas pelo governo que se inicia'', comentou Rivânia Moura, presidenta do Sindicato Nacional.
A cerimônia de posse deu início com a chegada de Lula e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), à Catedral Metropolitana de Brasília às 14h30 para o trajeto no Rolls-Royce até o Congresso Nacional. Ao chegar ao plenário da Câmara dos Deputados, Lula foi recebido por parlamentares e 74 representantes de delegações internacionais, dos quais 24 são chefes de estado. Durante a posse, o novo presidente fez um discurso emocionado em que destacou o combate à fome, o desmatamento zero, a reconstrução do país e o respeito à democracia. Depois, por volta de 16h40, o presidente eleito e o vice deixaram o Congresso rumo ao Palácio do Planalto, subiram a rampa presidencial com um grupo de pessoas que representa a diversidade do povo brasileiro e foi das mãos dessas pessoas que ele recebeu a faixa presidencial – em especial, pelas mãos de uma mulher preta. Como costume, o presidente que deixa o cargo passa a faixa para o próximo a ocupar a vaga, porém, Jair Bolsonaro (PL) não reconheceu publicamente a vitória de Lula e viajou para os Estados Unidos da América pouco antes da transição.
Logo depois, já eleito e empossado, Lula fez um novo discurso para milhares de pessoas reunidas na Esplanada dos Ministérios e se emocionou novamente ao falar da fome que assola milhões de brasileiras e brasileiros. Também citou o aumento dos casos de feminicídio, a falta de vacinas para as novas variantes da Covid-19 e de remédios nas farmácias populares e, ainda, o desmonte das políticas de igualdade racial, de juventude e dos direitos indígenas. "Faltam recursos para a compra de merenda escolar; as universidades corriam o risco de não concluir o ano letivo; não existem recursos para a Defesa Civil e a prevenção de acidentes e desastres. Quem está pagando a conta deste apagão é o povo brasileiro”, disse Lula. Neste momento, o público passou a gritar "sem anistia”, que é um apelo por punição aos responsáveis pela precarização de diversos serviços públicos no país. Em seguida, Lula assinou seus primeiros decretos e deu posse às ministras e aos ministros.
O presidente e seu vice foram ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil, também conhecido como Itamaraty, para receberem os cumprimentes de chefes de Estados e representantes de outros países.
Festival do Futuro
A posse contou com a participação de mais de 60 artistas progressistas, de diferentes gerações e estilos musicais, no Festival do Futuro. A programação começou às 10h e terminou na madrugada desta segunda (2), com uma pausa para cerimônia protocolar no meio da tarde. Além de artistas consagrados ou em ascensão, ocorreram apresentações de grupos de cultura popular, incluindo maracatus, violeiros, fanfarras, blocos de frevo e de carnaval entre outros.
Decretos
O presidente Lula assinou seus primeiros decretos, entre eles o que prorroga a desoneração de combustíveis, suspende as medidas armamentistas de Bolsonaro e autoriza a Controladoria-Geral da União (CGU) a rever os sigilos do ex-presidente sobre documentos e informações relativas ao governo e de interesse público, entre outros.
Com informações da Agência Brasil. Foto de capa Ricardo Stuckert