Uma estudante de filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (Ufsc) foi detida pela Polícia Militar na quinta-feira (11) no centro de Florianópolis durante o ato do Dia Nacional de Mobilização Fora Bolsonaro: em defesa da democracia e por eleições livres, direitos sociais, contra a violência, o desemprego e a fome.
A polícia militar, que agiu de forma truculenta, prendeu a estudante sob acusação de estar pichando um prédio público. No momento da prisão, segundo vídeos que circulam pelas redes sociais, os policias encurralaram a jovem contra uma parede. Manifestantes tentaram impedir, mas foram agredidos pelos policiais.
A estudante de Filosofia foi levada à penitenciária feminina e, após audiência de custódia, foi liberada mediante Alvará de Soltura, na tarde desta sexta-feira, 12.
Estudantes e movimentos sociais fizeram uma vigília desde ontem em frente ao complexo em solidariedade à universitária. O ato de quinta, além da luta em defesa da democracia, também foi em defesa da educação pública e em homenagem ao Dia do Estudante.
Segundo informações divulgadas pelo Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sinstrasem), pelo menos outros quatro estudantes ficaram feridos após serem atingidos pelos policiais. O ANDES-SN e demais entidades seguirão cobrando apuração do abuso de poder dos policiais em questão.
Repúdio
Diversas entidades e instituições se manifestaram contra o episódio de violência. A Ufsc publicou uma nota afirmando que "apresenta veemente protesto contra o uso da força excessiva, truculência e abusos cometidos pela Polícia Militar de Santa Catarina".
"A jovem, detida supostamente por fazer pichações, foi imobilizada à força, em atitude de nítida truculência. No momento da prisão fica evidente a atitude injustificável dos policiais, que deveriam estar no ato para garantir a segurança dos manifestantes. É simbólico que isso tenha ocorrido no mesmo dia em que a UFSC abriu suas portas para acolher um evento pró-democracia. Inadmissível, também, é convivermos com atitudes autoritárias em repressão a manifestações pacíficas e legítimas em favor da liberdade e dos direitos sociais e fundamentais, diz a instituição.