Os docentes da Universidade Estadual Paulista (Unesp) indicaram a realização de greve, a partir de 25 de fevereiro, caso não recebam o 13º salário de 2018. São cerca de 12.700 docentes e técnico-administrativos, entre ativos e aposentados, com o pagamento em atraso.
O indicativo foi aprovado na Plenária Estadual da Associação dos Docentes da Unesp (Adunesp Seção Sindical do ANDES-SN) realizada dias 13 e 14. O encontro contou com a presença de docentes de nove campi da Unesp, que apresentaram as deliberações das assembleias locais. Também foi aprofundado o debate sobre a situação financeira da instituição.
A plenária também encaminhou que sejam realizadas assembleias nas unidades da Unesp até o próximo dia 19. Os docentes deverão discutir e deliberar sobre a proposta de greve, a partir de 25/2, até que a Unesp pague integralmente o 13º salário para todos.
Em 20 de fevereiro, será realizada nova assembleia geral, em São Paulo, para avaliar os resultados e decidir oficialmente sobre a deflagração de greve. A assembleia também indicará outras iniciativas de luta para a mobilização docente.
Segundo João Chaves, presidente da Adunesp SSind., a assembleia para deliberar sobre a greve será realizada na quarta-feira para cumprir o prazo legal. “Temos que comunicar a greve com antecedência de 48 horas. Nosso lema é ‘Se não pagar o 13º não começa o semestre’”, comentou. As aulas na Unesp estão previstas para iniciar na próxima segunda (25).
Pressão reabre negociação
Na quinta-feira (14), docentes e técnicos-administrativos das universidades estaduais paulistas realizaram nova manifestação em frente à reitoria da Unesp. O ato foi convocado pelo Fórum das Seis, que reúne as entidades sindicais das três universidades (Unesp, USP e Unicamp). No mesmo lugar, ocorria a reunião do Conselho Universitário da Unesp.
De acordo com Chaves, o reitor não queria debater o atraso no pagamento do 13º na reunião do Conselho Universitário. No retorno do almoço, contudo, os manifestantes fecharam o prédio, impedindo a retomada da reunião até serem recebidos pelo reitor da Unesp.
Uma comissão de representantes da Adunesp SSind e do Sintunesp apresentou a reivindicação do pagamento integral do 13º dos trabalhadores. Ela frisou que é inadmissível a reitoria “barganhar com o governo a autonomia da Unesp”, em troca de adiantamento de recursos.
“A reitoria fez um acordo com a Secretaria de Planejamento e da Fazenda [do estado de SP] com o compromisso de implementar mudanças na universidade em troca do adiantamento de recurso. O reitor teria garantido avançar em reformas administrativa e acadêmica. Ele está rifando a autonomia universitária. Não sabemos quais serão essas reformas. A comunidade universitária não foi informada, não discutiu nem aprovou nada”, contou o presidente da Adunesp SSind.
Ao final da reunião, o reitor concordou em agendar uma reunião entre Comissão de Orçamento, Pró-Reitoria de Planejamento e a Adunesp SSind. e o Sintunesp. O encontro será no dia 21, com o objetivo de buscar recursos para o pagamento integral do 13º salário.