Decreto altera regras para privatização de estatais federais

Publicado em 14 de Dezembro de 2018 às 11h35. Atualizado em 14 de Dezembro de 2018 às 11h37
Esplanada do Ministério, em Brasília

O Decreto 9589/2018, assinado pelo presidente Michel Temer e publicado no Diário Oficial da União, confere ao Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão o poder de definir quais empresas estatais poderão ser privatizadas.

De acordo com o texto, publicado no dia 30 de novembro, compete à essa pasta, ao Ministério da Fazenda e ao ministério setorial ao qual a empresa for vinculada propor ao Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) a inclusão de empresas desse tipo no Programa Nacional de Desestatização (PND). O PND e o PPI são os planos de privatizações de Michel Temer

A proposição será acompanhada dos estudos que a embasem, além da justificativa para a privatização. Já a resolução do CPPI sobre a proposta precisará ser aprovada pelos ministros do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, da Fazenda e do ministério setorial. A inclusão da empresa no PND, por sua vez, será aprovada em ato do presidente da República.

Antonio Gonçalves, presidente do ANDES-SN, afirma que o decreto, editado no final do governo, pode ser inócuo devido à intenção do futuro presidente, Jair Bolsonaro, de acabar com o Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão. O presidente eleito já disse que as atribuições desse ministério devem ficar com o “superministério” da Economia, que será comandado por Paulo Guedes.

O presidente do ANDES-SN também critica o decreto e reafirma a posição do Sindicato Nacional de defesa dos bens e serviços públicos. “Temer quer, com esse decreto, centralizar as ações de privatização e de desmonte do Estado. Quer tornar as privatizações mais eficientes. Um decreto que fala sobre a liquidação das empresas estatais quer destruir o Estado. Querem liquidar as empresas a qualquer preço, trazendo prejuízo para a sociedade brasileira. Temos que denunciar mais essa tentativa de reconfiguração do Estado nacional. O ANDES-SN defende as políticas públicas com financiamento público. Defendemos um Estado garantidor dos direitos”, comenta o docente.

Com edição e inclusão de informações de ANDES-SN. Imagem de EBC.

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