A prefeitura da cidade de Pará de Minas (MG) e a Defesa Civil emitiram no domingo (9) um alerta máximo para que todas as famílias que residem abaixo da barragem hidrelétrica da Usina Carioca saiam imediatamente de suas casas, devido ao alto risco de rompimento.
Localizado a cerca de 130 quilômetros de Belo Horizonte (MG), o reservatório teve constatado transbordamento, uma erosão na lateral e uma fratura no duto principal. O alerta surgiu com as fortes chuvas que atingem Minas Gerais.
As autoridades recomendaram aos moradores de áreas ameaçadas em três cidades abaixo da usina (Onça de Pitangui, Pará de Minas e Pitangui) que deixassem as suas casas e buscassem abrigo em lugares mais altos e distantes dos rios. No domingo, um vídeo gravado por populares mostrou as bombeiras e os bombeiros alertando a população sobre a probabilidade de “99% de [chances de] a barragem se romper” e que, caso isto ocorra, o nível do Rio São João ultrapassará 60 metros, atingindo moradias nas três cidades.
Em comunicado publicado na segunda (10), o prefeito de Pará de Minas, Elias Diniz, afirmou que a barragem está sendo monitorada pelo Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Polícia Militar, Defesa Civil e uma equipe da Prefeitura.
De acordo com o prefeito, somente nos 10 primeiros dias de janeiro já choveu o que era esperado para todo o mês. Diniz decretou situação de emergência no município que receberá recursos para obras emergenciais e continuar pagando o aluguel social para famílias que precisaram ser retiradas de suas casas localizadas em áreas de risco.
As famílias sob risco foram retiradas e realocadas em um ponto de acolhimento, localizado no salão de uma igreja, onde a prefeitura está fornecendo alimentação, colchões e roupas. Outras famílias estão em casas de parentes. Além disso, foi montado um posto de suporte na Unidade Básica de Saúde (UBS) do distrito, onde Corpo de Bombeiros, Polícia Civil, Polícia Militar, Defesa Civil estão trabalhando.
Assim como no caso de barragens rejeitos de minérios, as barragens de usinas hidrelétricas também necessitam de um plano de segurança, apresentado pela empresa responsável. Segundo o prefeito, a empresa Santanense - responsável pela barragem - apresentou o plano ao Corpo de Bombeiros dentro das conformidades, inclusive o mapa com a mancha de inundação em caso de rompimento.
Fortes chuvas
A população de Minas Gerais tem sofrido com as fortes chuvas e a falta de planejamento e prevenção por parte do poder público. No sábado (8), uma tubulação de drenagem da barragem da Mina de Pau Branco, no município de Nova Lima, localizado na região metropolitana de Belo Horizonte, transbordou e interditou a rodovia Presidente Juscelino Kubistchek. No mesmo dia, uma rocha de grandes dimensões se desprendeu do Lago de Furnas, na estância turística de Capitólio. Quatro lanchas que estavam próximas a área foram atingidas e 10 pessoas morreram. Ainda não se sabe o que provocou o acidente.
No domingo (9), 120 pessoas ficaram ilhadas em suas casas em pelo menos 10 cidades da região metropolitana da capital. Na cidade de Nova Era, uma ponte rompeu-se parcialmente no mesmo dia depois que o nível do rio Piracicaba ultrapassou a cota máxima. Outras pontes seguem interditadas.
* Com informações de agências de notícias e Prefeitura Pará de Minas. Imagem: Ascom Prefeitura Pará de Minas.