Mais de um milhão de argentinos saíram às ruas do país para protestar contra a pobreza e o ajuste fiscal do presidente Mauricio Macri. A manifestação, realizada na quarta (13), teve como lema “teto, terra e trabalho”. O maior ato, em Buenos Aires, reuniu cerca de 300 mil pessoas. Uma nova manifestação na capital argentina contra o ajuste, convocada por entidades sindicais, está marcada para a tarde de quinta (14).
Os protestos se dão em meio à grave crise econômica e política pela qual passa a Argentina. A inflação chegou a 47% em 2018. Nesta semana, a Ministra do Desenvolvimento Social do país, Carolina Stanley, admitiu o crescimento da pobreza. Os índices oficiais do segundo semestre de 2018 serão superiores a 28%. Calcula-se que 14 milhões de argentinos vivam na pobreza. A fome tem virado uma constante no país, que também convive com o crescimento do número de feminicídios.
Enquanto isso, o governo aumenta tarifas e tenta aprovar uma Reforma Trabalhista que retira mais direitos dos trabalhadores. Macri também levou de volta à Argentina o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em troca de ajuda financeira, o FMI quer a aplicação de um ajuste fiscal.
Nova manifestação na quinta
Na quinta será a vez do Plenário do Sindicalismo Classista sair às ruas de Buenos Aires e de outras cidades do país. Na capital, o ato irá do Congresso até a Praça de Maio, centro do poder político argentino.
A manifestação lutará contra o aumento de tarifas, as ondas de demissão e a Reforma Trabalhista. As entidades que compõem essa frente defendem a realização de uma paralisação de 36 horas e a um plano de que culmine em uma Greve Geral para derrotar o ajuste fiscal.
Greve Geral na Bélgica
Na quarta-feira também ocorreu uma Greve Geral na Bélgica. Trabalhadores dos serviços de transporte, da educação, metalúrgicos, químicos, de hospitais e funcionários públicos paralisaram o país. Eles lutam contra o arrocho nos salários e nas aposentadorias proposto pelo primeiro-ministro belga, Charles Michel.
Com informações de Agência CTA, Tiempo Argentino, Prensa Obrera e Hora do Povo. Imagem de Agência CTA.