Como o tema central “Por liberdades democráticas, autonomia universitária e em defesa da educação pública e gratuita” teve início o 39º Congresso do ANDES-SN, nesta terça-feira,04 de fevereiro, no auditório do Centro de Difusão Internacional da Universidade de São Paulo. O evento segue até dia 8 de fevereiro, com a expectativa de reunir mais de 700 docentes universitários de todo o país.
Na mesa de abertura, o presidente do ANDES-SN, Antonio Gonçalves, reafirmou os desafios do o Sindicato Nacional em defesa da democracia, das instituições públicas de ensino e do trabalho docente. “Esse é um dos maiores eventos do ANDES-SN. A base do nosso Sindicato promoveu três grandes greves em 2019 e essa é uma sinalização importante de que estamos no campo combativo. Quando o projeto do capital avança, o ANDES-SN avança na luta. Tivemos derrotas importantes com a aprovação da contrarreforma da previdência, com os cortes na educação, com os ataques na produção de ciências e tecnologias. E estivemos lá, em pé, lutando. Caminhamos para uma paridade na diretoria desse Sindicato. E é por isso que temos um grande desafio em elaborar um bom plano de lutas para o período, algo efetivo e combativo. Com muita alegria, declaro aberto o 39º Congresso do ANDES Sindicato Nacional”, pontuou o presidente da entidade.
A 1ª Vice-Presidente da Adusp SSind, que sedia o evento, Michele Schultz Ramos, deu boas-vindas aos participantes e lembrou do histórico de lutas e mobilizações em defesa dos professores e por mais direitos e garantias. “As pautas aqui apresentadas indicam que esse Congresso será muito desafiador. Por este motivo, precisaremos ter discernimento e serenidade. Que consigamos construir um plano de lutas para o próximo período e que seja contundente e forte para combater toda a forma de ataques que temos sofrido. Agradeço a confiança de todos, com a certeza de que faremos um excelente evento”, destacou Michele.
Paulo Barela, representante da CSP-Conlutas, afirmou que o ANDES-SN sempre esteve presente nas lutas contra a retirada de direitos, contra a precarização do trabalho docente, e contra os ataques do governo Bolsonaro. “2019 foi um ano de muitas lutas e o ANDES-SN, ao lado de várias entidades, fortaleceu a mobilização. Nós estamos vivendo em um período de um governo de ultradireita. Precisamos fazer uma reflexão sobre todos os governos que já estiveram à frente do Brasil, e refletir o que devemos fazer sobre os ataques que não atingem apenas a educação, mas áreas como meio ambiente e a sobrevivência humana. Precisamos ter a intenção de avançar na consciência da nossa classe e assim, fazer o enfrentamento e derrubar esse governo nas ruas”, disse Barela.
O 1º vice-presidente da Regional São Paulo, Rodrigo Medina, acrescentou a importância de realizar o encontro em São Paulo. “São Paulo é um importante celeiro na luta da classe trabalhadora, no direito à cidade, e é um importante polo de lutas do movimento sindical. Nossas tarefas ganham ainda maior relevo num momento crucial da luta de classes, que a de se converter a crise capitalista, os ataques à autonomia universitária, a destruição de todo o sistema de pós graduação, agências de fomento à pesquisa científica e tecnológica, a conversão da educação em mercadoria, que caracterizam o mais brutal ataque. Ataque aos direitos sociais, trabalhistas, previdência, que estão em estado avançado de decomposição”, explanou Medina.
Cultura e Resistência
A cultura de resistência ficou a cargo das poesias do grupo Coletivo de Esquerda Força Ativa, apresentando o Slam Letra Preta. Os integrantes Suilan, Élida e Nando Comunista declamaram diversas poesias sobre a história da literatura negra no Brasil. “Este evento é muito oportuno pois nós temos governantes anti-educação que querem sucatear e acabar com a educação pública, desde a fase infantil até a educação superior. Querem transformar as universidades em máquinas de diplomas que produzam pessoas sem consciência de classe, sem entendimento da humanidade. Logo, é muito importante travar esse debate em favor da educação”, pontuou Nando.
Diversidade dos Movimentos Sociais
A abertura do 39º contou com a presença de diversas entidades sindicais, coletivos e movimentos sindicais, que destacaram a luta dos trabalhadores contra o famigerado desmonte do estado que está sendo promovido pelo Estado.
Além dos apresentados acima, estiveram na mesa de abertura, os seguintes dirigentes: Eblin Farage, Secretária-Geral do ANDES-SN; Raquel Dias, 1ª Tesoureira do ANDES-SN; Marie Claire, do Centro de estudos em Defesa da Infância; Mario Balanco, Coletivo Butantã; Jupiara Castro, do Núcleo de Consciência Negra; Heloísa Buarque, da Rede Não Cala; Juliana Godoi, do DCE da USP; Iago Montalvão, da UNE; Débora Lima, do MTST; Tânia Godoy, do Cfess; Rosana Fernandes, do MST; Geovana de Souza, da Fenet; Magno Carvalho, do Sintusp; Davi Lobão, do Sinasefe; Toninho, da Fasubra; Lucília Augusta, da Anfop; Wagner Romão, do Fórum das Seis; e Gabriel Colombo, da ANPG.